SER CRIANÇA É ... O cantinho da nossa Alma onde se é genuinamente feliz. É onde queremos que estejam todas as crianças que conhecemos e aquelas que não conhecemos. As nossas e as dos outros. As daqui e as de além.

Queremos fazer desse canto da Alma uma mansão cheia de portas e túneis, um castelo ou uma gruta com espaço para aventuras em terra, no espaço, ou no mundo subaquático. Aqui, os monstros e as fadas podem fazer corridas de carros contra os animais das fábulas. Aqui vamos contar, ilustrar, animar, vamos trazer quem saiba escrever sobre coisas interessantes para os miúdos e para os graúdos deles. O nosso limite é o da imaginação. E todos nós sabemos onde ela leva as crianças...

terça-feira, 30 de maio de 2023

O pequeno eco

 


Hoje fazemos as coisas de forma diferente: começamos pela capa do livro.

Dá para perceber que ao centro temos uma criatura pequenininha em cima de uma pedra. Chama-se Eco. 

Com enormes-ormes-ormes-ormes orelhas só pode ser bom ouvinte! Está num local escuro-uro-uro-uro e parece fundo-undo-undo-undo. 

É uma caverna-erna-erna-erna. E lá, tudo faz eco-eco-eco-eco...

A rotina do tímido Eco é abalada pela entrada do Max na caverna. Um menino a viver uma aventura. Vem em busca de um tesouro e a curiosidade do Eco ficou gigante como as orelhitas dele!

O conto de hoje foi escrito pelo ilustrador e autor britânico Al Rodin. Vive em Londres e estudou ilustração de livros infantis na Cambridge School of Art. Em 2019 recebeu o Prémio Sebastian Walker, um galardão anual, atribuído ao aluno mais promissor da universidade. O Pequeno Eco foi o primeiro livro que escreveu e ilustrou.

Original de Al Rodin //  Lido a partir de “O pequeno eco" – Fábula

quinta-feira, 2 de março de 2023

Não é justo!


O conto de hoje é perfeito para falarmos de dois conceitos que são parecidos, mas diferentes: Igualdade e Equidade.

Antes de aprendermos a distingui-los vamos perceber cada um melhor.

Igualdade – é garantir a todas as pessoas uma série de oportunidades, bens e recursos semelhantes para que todos possam beneficiar dos mesmos Direitos, cumprir as mesmas Obrigações e Responsabilidades, e usufruir de iguais Condições.

Equidade - é um termo que implica Justiça (dar a cada um o que é justo, aquilo que lhe pertence) e igualdade. Portanto, isto também abrange o conceito anterior. Mas, ao contrário da igualdade, a equidade começa por avaliar aquilo que cada indivíduo precisa e tem de considerar as diferenças entre as pessoas, as diversas classes sociais e os níveis económicos.

A igualdade é uma garantia constitucional, isto quer dizer que está na Lei. Mas é também uma responsabilidade moral e individual. Tem de ser cultivada em todas as microesferas da vida: família, escola, sala de aula, empresa, comunidade. Quando respeitamos o outro sem considerarmos se é menino ou menina, rico ou pobre, nativo ou estrangeiro, se é portador de alguma incapacidade física ou mental, etc… No outro devemos ver sempre e apenas o nosso semelhante, tentar percebê-lo e escutar a sua voz.

Resumindo. 

Igualdade:
Dá a todos os mesmos recursos.
É baseada na integração.

Equidade:
Reconhece e aceita a diversidade.
Evita a discriminação.
É baseada na inclusão.

Um exemplo ilustrado que ajuda sempre a perceber estes dois conceitos é este:


Na figura da Igualdade todos recebem um caixote exatamente igual, mas nem todos conseguem ver o jogo. Não é justo!

Na figura da Equidade entendemos as necessidades de cada um e agimos de forma que todos possam assistir ao jogo de igual para igual! Isto sim, é justo!

Simples, não é? E, na nossa opinião Pippa Goodhart fez um trabalho extraordinário com o conto de hoje! A autora inglesa criou uma história tão divertida que torna tudo mais simples de entender e explicar. 

Podem saber mais sobre a Pippa aqui 

Original de Pippa Goodhart //  Lido a partir de “Não é justo!" – Nuvem de Letras


segunda-feira, 12 de setembro de 2022

O que fazer com um problema?


Para Kobi Yamada, o autor do conto de hoje, a criatividade é dom mais importante do ser humano. 
Está dentro de cada um de nós e nas suas palavras: “É metade arte, metade ciência”. Na opinião dele, temos que aprender a ter tempo para nós, para estarmos em silêncio, para não termos nada para fazer, tempo para nos aborrecermos e só então, ao procurarmos uma forma de ocupar a mente, atingirmos todo o nosso potencial. E sim, todos somos capazes de criar. Um pedaço de fio, um tubo de cola, conchas e pauzinhos, folhas secas e papel colorido…céus! As coisas que podem sair daqui!...

O autor norte-americano acredita que a criatividade é algo precioso! Quando somos tocados por uma ideia, uma visão diferente, uma perspetiva fresca sobre um problema, temos que agir! É nosso dever fazer alguma coisa com isso.

“O que fazer com um problema?” é um dos 3 livros inspiracionais para crianças que escreveu e que começam com uma pergunta. Os outros são “O que fazer com uma ideia?” e “O que fazer com uma oportunidade?” – todos publicados em Portugal. Cada um deles é ilustrado por Mae Besom, uma artista chinesa que se inspira na natureza para criar ilustrações elegantes, delicadas, cativantes e mágicas. Dá para perceber o quanto adorámos as ilustrações deste livro? É que gostámos mesmo muito. 

O autor tem mais livros editados em português e todos com mensagens poderosas sobre a força que cada um tem dentro de si e que deve escutar desde a infância.

Original de Kobi Yamada //  Lido a partir de “O que fazer com um problema?" – Editora Zero a Oito


terça-feira, 9 de agosto de 2022

Chico Fantástico Super Herói de Plástico

 


O conto de hoje veio aqui parar de uma forma muito bizarra...!

Quase sempre, um livro poisa aqui porque:

- gostamos de quem o escreveu ou de quem o ilustrou

- fala de coisas muito importantes

- é divertido

- brinca com as palavras, com sons ou com ideias

- faz festinhas no nosso coração

- ajuda a lidar com um sentimento

-…ai, por tantos motivos…tantos mesmo que às vezes nem há palavras para descrever. Olhem, porque sim!

O conto de hoje, dizia eu, que foi escolhido de forma muito estranha. Porquê?

O autor, Pedro Seromenho escreveu muitos livros, é um dos nossos escritores favoritos. Nasceu no Zimbabué e por enquanto vive em Braga (mas isto dos escritores, nunca se sabe…são gente que gosta muito de andar de cá para lá e de lá para cá…). 

Diz sobre si próprio que é primeiro leitor e depois escritor, ilustrador, editor, contador de histórias e detetive de pares de meias perdidas.

Era mesmo disto que precisávamos, nós que andamos sempre a tentar encontrar o par para uma meia sozinha!

Este “Chico Fantástico, super herói de plástico” podia ter vindo parar ao Conto ao Ouvido por ser uma ferramenta super fantástica para aprender sobre os 3 Rs: Reduzir, Reutilizar e Reciclar! Podia, sim senhor. Podia ser porque está muito bem escrito e ilustrado. Já agora, quem ilustrou foi o José Machado, um artista incrível que vale a pena explorar. Principalmente para quem adora o traço da influência das bandas desenhadas poderosas.

Mas vamos então explicar como veio aqui parar o Chico Fantástico. Quando não andamos pelos corredores das Bibliotecas, sentados no chão “com as pernas à chinês”, estamos onde houver internet, a espreitar contos, autores e as coisas que eles fazem. Foi assim que encontrámos o Pedro Seromenho, sentadinho numa cadeira em frente a um computador, numa sala com papel de parede amarelo às florinhas prateadas e uma porta amarela, a segurar o seu livro amarelo. Ouvimos de fio a pavio, da boca de quem escreveu, as palavras todinhas deste conto e foi tão bom. É sempre maravilhoso ter o privilégio de ouvir um autor ler em voz alta aquilo que imaginou e foi isso que sentimos neste vídeo de 15 minutinhos. Vale a pena assistir até ao fim para ainda termos direito a um miminho nos últimos segundos.

Seguindo o conselho do autor: “sejamos todos heróis. Um pequeno gesto faz toda a diferença.” Pensemos no nosso Planeta Azul e naquilo que podemos fazer para o deixarmos melhor do que o encontrámos.

Original de Pedro Seromenho //  Lido a partir de “Chico Fantástico Super Herói de Plástico” – Paleta de Letras


sexta-feira, 13 de maio de 2022

A grande fábrica de palavras


Que mania que temos de desperdiçar.

Inventou-se a reciclagem e a reutilização para aprendermos a ter juízo, a sermos menos consumistas. Muito bem, o que importa é começar a agir!

Mas e se estivermos a falar de algo que não é físico, orgânico ou material? E se estivermos a falar de palavras?

O povo brasileiro tem uma expressão muito gira: “Jogar conversa fora” quando nos pomos à converseta; e aqui em Portugal dizemos que “palavras, leva-as o vento” se queremos reforçar que são as ações que contam e não as intenções. Engraçado, não é? Valorizar a palavra.

E se…num país distante se pagasse pelo uso de palavras? Se cada coisa que quiséssemos dizer tivesse um custo? Teríamos mais cuidado com o que dizemos?

É precisamente por serem valiosas e preciosas que Agnès de Lestrade decidiu escolher muito bem as suas palavras e criar esta obra que é um hino ao valor daquilo que escrevemos e dizemos.

A autora nasceu em França em 1964. Começou a escrever em 2003 e nunca mais parou. Já publicou mais de 50 obras. Diz que gosta de viver no campo e que antes de partilhar connosco as suas histórias testa-as nos seus 2 filhos. Parece-nos bastante sensato porque ao preço a que devia estar a palavra não nos podemos dar ao luxo de desperdiçar, pois não?

Original de Agnès de Lestrade //  Lido a partir de “A grande fábrica de palavras” – Paleta de Letras


 

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Reis procuram príncipes - uma história de adoção


Um Pai e uma Mãe, dois Pais, duas Mães…há tantas formas de se ser Família mas deste cesto em que se junta quem se ama tem que constar um fruto: uma criança. Uma Família nasce quando recebe uma criança nos braços. Uma Mãe só é mãe, um Pai só é pai e os avós só nascem quando há uma voz que assim os chama.

E o que acontece quando de uma rainha não nasce um príncipe? Não existe um bebé mas existe um amor tão grande à procura de um coração para ocupar. Quando os reis procuram o seu príncipe ou princesa dizemos que começa uma das maiores aventuras de contos de fadas: a adoção! 

Há meninos e meninas que por tantos motivos precisam de um lar e não há tempo a perder, os elfos e as fadas-madrinhas vão trabalhar e trabalhar para encontrarem o ninho mais seguro, mais quentinho e cheio de carinho que puderem para que aquela criança não volte a ficar só!

“Reis procuram príncipes” foi escrito por Ana Kotowicz. A autora nasceu numa família em que cada um dos avós vinha de um país diferente, e sempre gostou de escrever. Estudou Arte e Design, Marketing e Publicidade. Em 1998 tornou-se jornalista.

Escreveu notícias, fez reportagens e entrevistas, editou textos, coordenou secções e chefiou redações. É nesta altura que decide ter um filho e esta vontade levou-a, em conjunto com o marido, a querer adotar. Escreveu o conto de hoje para ajudar a explicar aos mais pequenos esse caminho para construir uma Família, diferente daquele que todos conhecem de cor.

Rita Correia ilustrou a obra de forma maravilhosa. Recorreu a traços simples e técnicas de recorte e colagem, mas o que é ainda mais entusiasmante é que contou com a ajuda dos filhos Júlia, de 8 anos, e Jaime de 4 para embelezar ainda mais a história usando desenhos que eles próprios fizeram.

Original de Ana Kotowicz //  Lido a partir de “Reis procuram príncipes - uma história de adoção” – Livros Horizonte


quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Flávio e os dentes assustadores

 


Aqui está o exemplo de uma história bem escrita, com a dose certíssima de humor, ilustrações magníficas, ótimo de ler em voz alta e excelente de ser ouvido!

Mas Jarvis, o autor também queria passar uma mensagem. É daquelas que se perguntarmos às crianças elas saberão apontar: muitas vezes escondemos o que somos com medo do que os outros possam pensar...É cruel mas é recorrente e não escolhe idade para acontecer.

Escondermos a nossa própria natureza é algo tão vincado no dia-a-dia que sermos autênticos quase soa a estranho.

O Flávio, a personagem principal desta história era temido por todos mas lá no fundo não deixava de ser frágil. Um jacaré assustador mas que quando revela o que considera ser uma fraqueza, percebe que há mais na vida para se ser do que apenas assustador!

Sobre o escritor importa dizer que é britânico, vive em Manchester. “Flávio e os dentes assustadores” foi o primeiro livro que escreveu e ilustrou. As suas obras são de uma beleza indiscutível, são divertidas e cheias de ação. Jarvis partilha o entusiasmo que tem pela escrita visitando as escolas inglesas e falando sobre o seu trabalho.

Antes de se dedicar à Ilustração teve imensas profissões:  foi anunciador de números do Bingo, desenhou imagens para castelos insufláveis, é designer de capas de discos, diretor de filmes de animação...

 Original de Jarvis  //  Lido a partir de “Flávio e os dentes assustadores” – Minutos de leitura