Quase sempre, os textos que acompanham as narrações neste blog começam por
uma destas formas:
- falar um pouco sobre quem escreveu;
- admirar as ilustrações;
- espicaçar a curiosidade sobre o que se passa na história;
- perceber se existe uma mensagem, um ensinamento, mas…
…nunca aconteceu começarmos como vamos começar hoje: a falar
sobre a própria linguagem!
Salvo exceções, o que observamos em textos escritos nos anos
60, 70 e 80 do século passado, em português ou traduzidos, é que a linguagem
era pouco adaptada à forma de falar de e para crianças. Ou seja, os livros
infantis eram de leitura complicada, tinham palavras e frases longas e difíceis
para uma criança articular. Tenho como exemplo os livros da Anita (agora,
Martine) que vou adaptando quando os leio em voz alta porque estão carregados
de frases/termos/referências demasiado complexas.
Muito mudou de então para cá. E não quero com isto dizer que
agora é melhor ou pior. Até porque sou da opinião que se deve introduzir
vocabulário constantemente e sempre que surja uma palavra nova e difícil, há que
apresentar um sinónimo e explicar, repetir a palavra nova e pedir que no-la
devolva repetida o melhor que a criança conseguir. Só assim se cresce e se
evolui.
O que salta à vista no conto de hoje (escrito em 1978 e publicado
em 1982) é que o tema é atual – as idas ao dentista hão de ser sempre um drama…
- mas depois vermos que há mais nesta história: a ternura e sabedoria da mãe
leoa e os temores e pensamentos da cria que pensa e fala como nós.
Original de Maria Rosa Dias Costa // Lido a partir de “Uma história por acabar e outras que têm fim” – Livros Horizonte
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