SER CRIANÇA É ... O cantinho da nossa Alma onde se é genuinamente feliz. É onde queremos que estejam todas as crianças que conhecemos e aquelas que não conhecemos. As nossas e as dos outros. As daqui e as de além.

Queremos fazer desse canto da Alma uma mansão cheia de portas e túneis, um castelo ou uma gruta com espaço para aventuras em terra, no espaço, ou no mundo subaquático. Aqui, os monstros e as fadas podem fazer corridas de carros contra os animais das fábulas. Aqui vamos contar, ilustrar, animar, vamos trazer quem saiba escrever sobre coisas interessantes para os miúdos e para os graúdos deles. O nosso limite é o da imaginação. E todos nós sabemos onde ela leva as crianças...

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

LEÃOZINHO VAI AO DENTISTA

Quase sempre, os textos que acompanham as narrações neste blog começam por uma destas formas:

- falar um pouco sobre quem escreveu;
- admirar as ilustrações;
- espicaçar a curiosidade sobre o que se passa na história;
- perceber se existe uma mensagem, um ensinamento, mas…

…nunca aconteceu começarmos como vamos começar hoje: a falar sobre a própria linguagem!

Salvo exceções, o que observamos em textos escritos nos anos 60, 70 e 80 do século passado, em português ou traduzidos, é que a linguagem era pouco adaptada à forma de falar de e para crianças. Ou seja, os livros infantis eram de leitura complicada, tinham palavras e frases longas e difíceis para uma criança articular. Tenho como exemplo os livros da Anita (agora, Martine) que vou adaptando quando os leio em voz alta porque estão carregados de frases/termos/referências demasiado complexas.

Muito mudou de então para cá. E não quero com isto dizer que agora é melhor ou pior. Até porque sou da opinião que se deve introduzir vocabulário constantemente e sempre que surja uma palavra nova e difícil, há que apresentar um sinónimo e explicar, repetir a palavra nova e pedir que no-la devolva repetida o melhor que a criança conseguir. Só assim se cresce e se evolui.

O que salta à vista no conto de hoje (escrito em 1978 e publicado em 1982) é que o tema é atual – as idas ao dentista hão de ser sempre um drama… - mas depois vermos que há mais nesta história: a ternura e sabedoria da mãe leoa e os temores e pensamentos da cria que pensa e fala como nós.

Sobre a autora, Maria Rosa Dias Costa, encontra-se pouca informação. Numa breve nota biográfica retirada da página da DGLAB – Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas ficamos a saber que nasceu em Lisboa em 1926, que se licenciou em “Filologia Românica pela Universidade de Lisboa e tirou o curso de Bibliotecária – Arquivista e Documentalista. Foi professora, trabalhou no laboratório de Filo-Farmacologia, em Oeiras, na Biblioteca Nacional e no Centro de Linguística da Universidade de Lisboa. Foi bolseira do INIC (Instituto Nacional de Investigação Científica) e animou colóquios em escolas sobre literatura infantil.”

Original de Maria Rosa Dias Costa  //  Lido a partir de “Uma história por acabar e outras que têm fim” – Livros Horizonte


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